Desvendando o mundo dos ORGÂNICOS! – parte 1

Desvendando o mundo dos ORGÂNICOS!  – parte 1

O que é alimento orgânico?

Olá, tudo bem?

Vamos falar um pouco sobre Orgânicos? Vamos seguir desvendando o mundo dos ORGÂNICOS!

Sempre ouvimos dizer (e muitos de nós já constatamos) que determinada fruta “tem época”, como, por exemplo, o figo (dezembro a abril), o morango (julho a setembro), a cereja (novembro e dezembro)… Mas já se perguntaram por que muitas frutas (e até estas mesmas) permanecem o ano inteiro disponíveis nas feiras e supermercados? Pois então, a agricultura atual, em função da demanda de consumo, acaba por se utilizar da inclusão de agrotóxicos/fertilizantes/pesticidas na lavoura. Sem dúvida, isso traz mais produção, com mais resultados e maiores lucros. Porém, antes de tudo isso, existiam os alimentos orgânicos, para os quais existem normas, regulamentações e certificações que assim os atestam.

Diferente do que muitas pessoas pensam, o alimento orgânico não é somente aquele alimento in natura, fresco, não processado e “sem agrotóxicos”. O alimento orgânico, no caso dos vegetais, é sim aquele isento (ou quase isento) de agrotóxicos, mas também de quaisquer outros insumos artificiais que favoreçam seu crescimento de forma não natural, quais sejam: adubos químicos, fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos, pesticidas, inseticidas, fungicidas, herbicidas e transgênicos (modificações moleculares em sementes). E o alimento orgânico também se aplica a pecuária… Em se tratando de animais, alimento orgânico é aquele isento de drogas veterinárias, hormônios, antibióticos e de organismos geneticamente modificados.  

O objetivo principal da agricultura orgânica é a produção de alimentos saudáveis e equilibrados em seu teor de nutrientes, por isso, o uso de substâncias e produtos químicos, que coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente, é proibido. Os benefícios do alimento orgânico em relação à saúde são, principalmente, o retardamento do processo de envelhecimento e a diminuição da aquisição de muitas doenças e alergias, já que estamos falando de alimentos muito mais nutritivos (com suas fibras, vitaminas e minerais naturais) em sua essência. E, também, temos o sabor… Impossível não notar a diferença!

Além disso, a termo “orgânico” se refere não só à forma como os produtos agrícolas são cultivados e processados, mas, do mesmo modo, abrange objetivos mais amplos de sustentabilidade, como:

  • a auto-sustentação da propriedade agrícola (no tempo e no espaço),
  • a maximização dos benefícios sociais para o agricultor,
  • a minimização da dependência de energias não renováveis na produção, a prevenção de gastos futuros com compensações ambientais,
  • a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional (isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente),
  • a prevenção da erosão do solo,
  • o apoio e preservação de pequenos produtores e pequenas propriedades,
  • a proteção e melhora da saúde dos profissionais do campo,
  • o respeito à integridade cultural dos agricultores,
  • a preservação da saúde ambiental e humana,
  • a proteção das gerações futuras… E daí para mais.

O alimento orgânico deve ser cultivado em solo seguro, sem alterações e deve permanecer separado dos produtos convencionais. Na pecuária orgânica os animais devem ter acesso ao ar livre e consumir alimentos biológicos. Eles não podem utilizar antibióticos e/ou hormônios de crescimento. Em diversos países, incluindo o Brasil, a agricultura orgânica é definida por lei e regulamentada pelo governo, por isso o alimento orgânico deve apresentar no rótulo a identificação “Orgânico” e o nome da certificadora (vide final do texto).

O sistema de produção orgânica exclui o uso de pesticidas sintéticos, bioengenharia genética (OGM – organismos geneticamente modificados), adubos à base de petróleo, fertilizantes químicos e produtos reguladores de crescimento. Ao invés de tudo isso, tem como base o uso de adubos e fertilizantes naturais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Esse sistema pressupõe a manutenção da estrutura e da profundidade do solo, sem alterar suas propriedades por meio do uso de produtos químicos e sintéticos. A agricultura orgânica está diretamente relacionada ao desenvolvimento sustentável.

Lembre-se: um alimento orgânico é absolutamente mais saboroso e saudável que qualquer outro alimento cultivado com agrotóxicos em níveis prejudiciais à saúde humana. Eles são mais suculentos, leves e crocantes, mesmo com seu formato menor. Às vezes, também é comum encontrá-los com uma aparência suja, com raiz e terra. Todavia, isso é um bom sinal, pois representa que o alimento passou por menos processos químicos. Quando estão limpos, escovados e brilhantes, provavelmente foram lavados com algum produto químico para que ficassem assim. Por isso, antes do consumo, apenas atente para uma boa higienização. Justamente pela ausência dos insumos químicos, alguns microrganismos que transmitem doenças podem estar presentes no alimento, por isso lave-o bem em água corrente e depois deixe-o de molho em produtos específicos para a higienização* de frutas/legumes/verduras.

Entretanto, infelizmente, os alimentos orgânicos ainda não têm o merecido lugar garantido nas prateleiras dos supermercados e principais feiras, em decorrência de seu maior custo justamente por causa da pequena quantidade de produtores para ofertá-los. Então, se você não pode ou não consegue consumir alimentos orgânicos, seguem algumas dicas sobre os alimentos comuns (cultivados com os insumos químicos: adubos químicos, fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos, pesticidas, inseticidas, fungicidas, herbicidas).

– A higienização dos alimentos não altera a quantidade de agrotóxicos, pois eles penetram as raízes/sementes/interior dos alimentos, bem como estão presentes no solo e na água que irriga as plantações. Descascar os alimentos pode ajudar, mas há o contraponto de se perder muitos nutrientes. Você tentar reduzir a quantidade de agrotóxicos com essas dicas aqui. Mas a  melhor solução é manter uma dieta variada, consumindo o máximo de orgânicos e lavando bem os alimentos quando não forem orgânicos. 

– Seguem alguns alimentos que possuem maiores quantidades de insumos químicos, seja porque têm a pele menos espessa, seja pela necessidade de grande produção anual. Portanto, se puder comprar orgânicos, dê preferência a esses: 

  • abacaxi
  • aipo ou salsão
  • alface
  • ameixa
  • batata
  • beterraba
  • blueberries
  • cebola
  • cenoura
  • cereja
  • couve
  • ervilha
  • espinafre
  • figo
  • framboesa
  • goiaba
  • maçã
  • maracujá
  • morango
  • nectarina
  • pepino
  • pêra
  • pimenta
  • pimentão
  • tomate
  • tomate cereja
  • uva

Os alimentos a seguir parecem ter níveis mais baixos de insumos químicos porque a maioria deles possui pele/casca mais espessa, o que naturalmente os protege mais dos parasitas, e por isso sua produção não exige o uso de tantos pesticidas: 

  • abacate
  • abóbora
  • aspargo
  • batata doce
  • berinjela
  • brócolis
  • caqui
  • coco
  • cogumelo
  • couve-flor
  • grapefruit
  • kiwi
  • laranja
  • mamão
  • manga
  • melancia
  • melão
  • milho
  • nêspera
  • pitanga
  • repolho
  • tangerina

Bem, é mais ou menos isso! Em outro post continuaremos “desvendando este mundo dos orgânicos” ao falar sobre produtos orgânicos! 

E não se esqueça, sempre consulte seu médico e/ou nutricionista para informações mais adequadas ao seu perfil metabólico e de saúde. 

Obrigada pela sua leitura! Bjs e até o próximo post!

Para saber mais sobre a legislação nacional de orgânicos (Lei no 10.831/2003, regulamentada pelo Decreto nº 6.323/27.12.2007 e demais documentos normativos) e a listagem atual de Organismos de Avaliação sobre a conformidade orgânica dos alimentos, credenciados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (para atuarem no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica), sugiro consulta a http://www.agricultura.gov.br; http://www.iea.sp.gov.br/out/index.php, http://www.planetaorganico.com.br/ e http://www.organicsnet.com.br/legislacao/.

“As informações, dicas e sugestões contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e/ou acompanhamento de médicos, nutricionistas ou outros profissionais envolvidos na atenção à sua saúde.”

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