Desvendando o mundo dos ORGÂNICOS! – parte 2

Desvendando o mundo dos ORGÂNICOS! – parte 2

O que é produto orgânico?

Olá, tudo bem?

Vamos continuar desvendando o mundo dos ORGÂNICOS? No post Desvendando o mundo dos ORGÂNICOS! – parte 1, falamos sobre alimento orgânico. Agora vamos falar sobre produto orgânico.

E eu começo com uma pergunta: o alimento cultivado de maneira orgânica (como vimos em Desvendando o mundo dos ORGÂNICOS! – parte 1) se encerra na colheita? Bem, sabemos que a industrialização e o processamento de alimentos acabam sendo uma necessidade nos dias de hoje, e o alimento orgânico não foge a essa realidade. O alimento orgânico pode ser processado – e daí surgem os produtos orgânicos – desde que o processamento não utilize irradiação (que produz substâncias cancerígenas, como o benzeno e formaldeído) nem aditivos químicos sintéticos (corantes, aromatizantes, emulsificantes…). Estas duas tecnologias são proibidas na legislação dos orgânicos.

A irradiação é proibida porque há controvérsias sobre sua eficácia e seu efeito tóxico. Tal tecnologia destrói vitaminas, desnatura proteínas, tende a rancificar* as gorduras e destruir seus antioxidantes. Além disso, a irradiação cria novas substâncias químicas de ação cancerígena em carnes, como o benzeno e formaldeído.

Já a utilização de aditivos químicos sintéticos para promover sabor, cor, durabilidade e texturas artificiais vêm sendo estudada frente aos inúmeros riscos que o poder cumulativo destes aditivos pode causar nos seres humanos. Estes riscos estão ligados a doenças como lesões cerebrais, determinados tipos de câncer, alergias, intoxicações diversas e hiperatividade.

Além dessas tecnologias, outros procedimentos tecnológicos agressivos, que também prejudicam a qualidade do alimento, tendem a ser questionados. O refinamento de cereais e farinhas e a esterilização de leites orgânicos deveriam ser revistas na legislação. Procedimentos já existentes como a desidratação, o congelamento, a conservação pelo sal, pelo açúcar e pelo ácido, a fermentação, a liofilização**, a parboilização*** e o uso de aditivos naturais são processos tecnológicos que mantém a qualidade dos produtos orgânicos. 

Esses tipos de produtos podem não apresentar uma redução significante no índice de gorduras e calorias, mas são muito mais saudáveis do que os produtos normais já que apresentam pouca (ou quase nenhuma) química em sua composição, que poderia provocar reações alérgicas e/ou ainda prejudicar o funcionamento do nosso organismo.

Por último, ressalto a questão dos denominados “alimentos/produtos naturais”. Não existe um consenso sobre a definição dos conceitos de alimento/produto natural e alimento/produto orgânico. Existem diversas correntes que discutem a semântica, a terminologia, a filosofia, a origem dos diversos “tipos” de agricultura: orgânica, biodinâmica, natural, agroecológica, ecológica… Enfim, não vou entrar nesta seara (muito complexa, de muita discussão… É assunto para especialista mesmo!), mas deixo aqui a ressalva de que estas conceituações existem e costumam ser usadas indiscriminadamente, trocando-se umas pelas outras, ora aparecendo como sinônimas, ora como distintas… Então, se vocês virem estes terminologias por aí, só fiquem atentos para a origem do produto/alimento para que não consumam “gato por lebre”!

Bem, espero ter esclarecido um pouco!

E não se esqueça, sempre consulte seu médico e/ou nutricionista para informações mais adequadas ao seu perfil metabólico e de saúde. 

Obrigada pela sua leitura! Bjs e até o próximo post!

* decomposição das gorduras, o que provoca gosto ruim e cheiro desagradável no alimento.

** técnica de desidratação de alimentos.

*** processo de pré-cozimento do grão, chamado de tratamento hidrotérmico. Este processo mantém preservadas as vitaminas e os minerais os localizados na parte mais interna do alimento. 

Para saber mais sobre a legislação nacional de orgânicos (Lei no 10.831/2003, regulamentada pelo Decreto nº 6.323/27.12.2007 e demais documentos normativos) e a listagem atual de Organismos de Avaliação sobre a conformidade orgânica dos alimentos, credenciados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (para atuarem no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica), sugiro consulta a http://www.agricultura.gov.br; http://www.iea.sp.gov.br/out/index.php, http://www.planetaorganico.com.br/ e http://www.organicsnet.com.br/legislacao/.

“As informações, dicas e sugestões contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e/ou acompanhamento de médicos, nutricionistas ou outros profissionais envolvidos na atenção à sua saúde.”

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