Trigo Sarraceno

Trigo Sarraceno – já conhece? Alguma vez ouviu falar? Não? Então vamos conhecer… Mas antes, vou te explicar por que estamos falando dele… Muito simples: ele é um dos substitutos do trigo na culinária sem glúten (apesar do nome nos enganar!)!

O trigo sarraceno, também chamado de trigo-mourisco (ou Buckwheat em inglês, ou ainda casha, kasha ou cachá para os judeus), apesar do nome, não vem da família do trigo, não tem glúten e não é um cereal! Ele é uma semente, mas como contém carboidratos complexos, podemos chamá-lo de pseudo-cereal ou apenas de grão/cereal mesmo, já que assim ele costuma ser classificado numa perspectiva culinária.

RG verdadeiro: Fagopyrum esculentum, planta da família Polygonaceae.

Nutrientes: tem um alto valor energético e nutritivo. É uma boa fonte de manganês, magnésio e fibras dietéticas. Seus efeitos benéficos também estão ligados à presença de flavonóides, principalmente a Rutina – ou vitamina P – e a quercetina, compostos que agem como antioxidantes. Sua proteína é de alto valor biológico, contendo todos os aminoácidos essenciais, incluindo a lisina. Em muitos estudos, uma alimentação rica em grãos integrais como o trigo sarraceno mostraram suas propriedades preventivas contra doenças como as cardiovasculares, incluindo a aterosclerose, diabetes e obesidade entre outras, principalmente por seu teor de fibras e outros compostos que incluem as gorduras polinsaturadas e que podem ter um efeito protetor contra estas doenças.

Para consumir: a casca exterior precisa ser removida, um processo que exige equipamento próprio de moagem (em função do seu formato peculiar, meio triangular!). Pode ser vendido simples ou torrado. O trigo-sarraceno cru tem um sabor suave e sutil, enquanto o trigo-sarraceno cortado tem um sabor mais forte. Pode ser consumido em forma de farinha, grão e farelo. Como tem um sabor bastante peculiar, seu uso nas preparações resulta numa massa mais escura e encorpada, sendo indicado que seja misturado a outras farinhas (aqui tem indicação de outras farinhas sem glúten para mistura). Ele é muitas vezes servido como alternativa à papinha de aveia.

Para preparar: o preparo do trigo sarraceno é simples, como do arroz, e ele dobra de tamanho quando pronto. Deve ser inicialmente lavado e escorrido em água fria. Se tiver algumas sementes pretas ou de outro grão, retire-as. Coloque numa vasilha, cubra com água filtrada e deixe de molho por pelo menos 6h (deixe da noite pro dia, por exemplo). Troque a água de 2x a 3x. O processo de molho é importante para todos os grãos (leguminosas e cereais) para eliminar os anti-nutrientes e assim melhorar a digestibilidade e biodisponibilidade de nutrientes. 

Ao fim do processo de molho, descarte a água e coloque o trigo sarraceno em água fervente na proporção 2:1 – para cada porção do grão, use duas de água. Cozinhe por 10-15 minutos. Desligue o fogo, adicione manteiga ou azeite de oliva e deixe o grão descansar um pouco. É possível cozinhar naquelas panelas de arroz orientais também, seguindo estas mesmas regras.

Uso comum: Pode ser consumido em grão como alternativa ao arroz, ou em farinha como alternativa à tradicional papa (mingau) de cereais ou pode ser utilizado, misturado a outras farinhas, para fazer pães, bolos e crepes, para engrossar molhos e ensopados. Seus grãos também podem ser servidos na forma de salada.

Muito usado também nas culinárias ao redor do mundo! Nas cozinhas polaca, russa e judaica, o trigo-sarraceno é usado para fazer uma papa, chamada kacha, ou kache. Na cozinha ucraniana, se chama hretchka e é largamente usado no dia-a-dia e também para confeccionar um dos pratos do menu natalino – a kutia. Na cozinha japonesa, o trigo-sarraceno é chamada de sobá e é largamente consumido no dia-a-dia pelos japoneses como um prato de macarrão mergulhado em caldo quente à base de shoyu, como uma sopa, acrescido de vários tipos de ingredientes, desde algas a tempurá, ou com caldo à parte, normalmente gelado (consumido muito no verão).

Onde encontrar: tanto os grãos quanto a farinha e o farelo, em empórios, casas de produtos naturais (dicas aqui), mercados municipais (vendem a granel)… Seguem algumas fotos…

Aqui no blog citamos em diversas receitas e nos textos que mostram alternativas para o não consumo de glúten. Dá uma pesquisada no campinho de pesquisa do blog.

Bem, agora que você já conhece, pode aproveitar as receitas! Bom apetite! 😉

Obrigada pela sua leitura! Bjs e até o próximo post!

“As informações, dicas e sugestões contidas neste blog têm caráter meramente informativo e não substituem o aconselhamento e/ou acompanhamento de médicos, nutricionistas ou outros profissionais envolvidos na atenção à sua saúde.”